terça-feira, 11 de setembro de 2012

CONHEÇA BERTIOGA




Conheç

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Bertioga surge na História do Brasil com a importância de um dos primeiros pontos geográficos interessados no povoamento regular. Estes locais eram destinados à defesa desse povoamento e foi palco de grandes batalhas entre a civilização, representada pelos portugueses de Martim Afonso de Sousa, e a barbárie, representada pelos tamoios de Aimberê, Caoaquira, Pindobuçu e Cunhambebe, em constantes incursões contra os colonizadores.

Seu povoamento teve início no ano de 1531, quando Martim Afonso de Sousa, nomeado Governador Geral da Costa do Brasil, aportou às águas da antiga Buriquioca. Com a intervenção de João Ramalho, Martim Afonso deixou em terra alguns homens para realizar ali uma primeira feitoria da nova fase, ou um pequeno fortim, partindo em seguida rumo ao sul, dirigindo-se para o outro lado da ilha, para fundar oficialmente a Vila de São Vicente.
Surge, nesta época, Diogo de Braga, personagem de origem desconhecida e que parecia viver entre os índios e agregados, pois era casado com uma índia e já estava em Bertioga anos antes da chegada de Martim Afonso, falando corretamente a língua dos tupis. A ele, e seus cinco filhos e mais companheiros deixados pelo governador e donatário, se devem as tentativas de formação da primeira colônia e a construção de uma pequena estacada, origens do atual Forte São João.
Esta área constituiu-se importante ponto estratégico na defesa e vigia do caminho natural de tamoios e franceses. Hans Staden dá-nos relatos bem vivos dos frequentes assaltos. Daí a necessidade de ser fortificado o local, o que foi feito em ambos os lados da Barra: Fortaleza de São Tiago de Bertioga, ou São João, no trecho continental, e forte de São Luís, ou São Felipe, na fronteira ilha de Santo Amaro.
Essa fortificação só se efetivou em 1547, após ataques dos índios tupinambás, que incendiaram a primeira paliçada existente. Testemunha de inúmeros acontecimentos decisivos para a História do Brasil, o Forte São João tornou-se um símbolo para Bertioga e um marco para a história do país. Foi nele que, em 1563, os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta se hospedaram, por cinco dias, antes de irem para Ubatuba apaziguar os índios revoltados na Confederação dos Tamoios. Foi também de Bertioga que Estácio de Sá e sua esquadra partiram, em 1565, para dar combate aos franceses e fundar a cidade do Rio de Janeiro. O sítio primitivo de Bertioga era uma pequena linha de praia protegida pelo outeiro de Buriquioca, hoje Morro da Senhorinha. O antigo núcleo estendeu-se também pelo outro lado da barra, onde, em meados do século XVI, fora fundada a capela de Santo Antônio de Guaíbe.
Nos primórdios do século XVIII, com o uso do azeite de baleia para iluminação pública e particular, Bertioga passou a ter grande importância, graças à criação da Armação das Baleias para a pesca da Baleia e onde foram construídos grandes tanques para depósito de óleo desses animais. Assim, durante certo tempo, o azeite de Bertioga contribuiu para a iluminação de Santos, São Vicente, São Paulo, São Sebastião e, em parte, também do Rio de Janeiro. Durante muito tempo Bertioga conservou-se como um núcleo de pescadores, com cerca de duas dúzias de casas defronte do porto da barca e três pequenas casas de Comércio.
Somente na década de 40, o pequeno núcleo de pescadores começou a despertar para sua grande função: a de Estância Balneária. Com a melhoria das vias de acesso, através da construção de estradas e cobertura de asfalto da estrada que corta o Guarujá em direção ao ferry-boat, que faz a travessia que liga à Ilha de Santo Amaro à Bertioga, iniciou-se uma grande expansão urbana da vila.
Nesta época, em 1944, Bertioga (e toda extensão territorial norte) foi transformada oficialmente em distrito de Santos. Após dois movimentos pró-emancipação, um em 1958 e outro em 1979, Bertioga finalmente conquistou sua autonomia no dia 19 de maio de 1991.
A População compareceu às urnas, realizando o plebiscito que resultaria na emancipação do distrito. Das 3.925 pessoas que votaram 3.698 foram favoráveis à independência de Bertioga. No ano seguinte, foram realizadas as primeiras eleições da cidade, consolidando sua autonomia e elegendo seu primeiro prefeito.

INFORMAÇÕES GERAIS
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Com 482 quilômetros quadrados de extensão territorial (20,3% do total da Baixada Santista), Bertioga é, geograficamente, a segunda maior cidade da região. Localiza-se  na linha periférica da Baixada Santista, ao longo do Oceano Atlântico e do Canal de Bertioga, fazendo divisa com os município de Santos, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis, Guarujá e São Sebastião.

O acesso é feito pelas rodovias Rio-Santos (BR 101) e Mogi-Bertioga (SP-98) ou pelo ferry boat, que também permite a ligação com Guarujá. Faz parte da Região Metropolitana da Baixada Santista, juntamente com outras oito cidades – Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Cubatão e Guarujá.
O nome Bertioga é uma variação da palavra buriquioca, que no tupi-guarani significa morada dos macacos grandes. Buriqui é um tipo de macaco muito presente na região, tido como o maior das Américas.


EMANCIPAÇÃO
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O movimento emancipacionista bertioguense persistiu por quase 47 anos, desde a anexação ao município de Santos, em 1944, até a conquista da autonomia, precedida pela realização do plebiscito de 19 de maio de 1991.

O Decreto nº 14.334, de 30 de novembro de 1944, instituído pelo então governadores do Estado, Adhemar de Barros, anexou Bertioga e todo o litoral norte ao município de Santos.
Em 1958, Epifânio Batista, o Faninho, Aldo Ennos de Moraes e Laureano Dias, entre outros, promoveram o primeiro plebicito, para saber se a população concordava em derrubar o decreto ou se preferia continuar ligada ao município de Santos. 219 bertioguenses votaram contra a emancipação, contra 56 que votaram a seu favor..
O movimento só foi retomado em 1982, pelo comerciante José Flávio Romero, o corretor de imóveis Pacheco Ferreira de Sá e Paulo Reis. Eles encabeçaram um abaixo-assinado com 100 assinaturas a favor da criação do município, que teve a consulta negada, pois na época Santos era considerada área de segurança nacional.
Em 1985, foi criado o Movimento Pró-Emancipação de Autonomia de Bertioga, presidido por Licurgo Mazzoni, além de Jerônimo Lobato, Antônio Duarte e Antônio Gentílio Purita (vice-presidente)Pérsio Dias Pinto (1º tesoureiro), Abelardo de Araújo Barros (2º tesoureiro), Eunice Olsen Lobado (1ª seretária), Irene Vaz Pinto Lira (2ª secretária) e um conselho deliberativo composto por José Nunes Viveiros, Carlos Sérgio dos Santos, Maria Izabel Rodrigues da Silva, entre outros. A Comissão era coordenada por Rubens Puccetti.
Apesar de todas as dificuldades, o plebiscito foi marcado para o dia 05 de novembro de 1990, mas foi suspenso graças a uma liminar. Outros movimentos foram realizados até que o Tribunal Reginal Eleitoral (TRE) marcou uma nova data para a realização do plebiscito -19 de maio de 1991.
Em 03 de outubro de 1992, a população de Bertioga foi às urnas escolher o primeiro prefeito e os vereadores que iriam compor a primeira Câmara Municipal do futuro município, que teve a apuração realizada no Ginásio de Esportes do Sesc Bertioga.
A emancipação político-administrativa de Bertioga foi consolidada, efetivamente, a partir de janeiro de 1993, com a definição de seu primeiro prefeito, o Sr. José Mauro Dedemo Orlandini, e de sua primeira Câmara de Vereadores, quando foram eleitos os seguintes vereadores: Lairton Gomes Goulart, Sérgio Pastori, Francisco Soto Barreiro Filho, Miguel Seiad Bichir Neto, Antônio de Jesus Henriques, Ney Mora Nehme, Nelson Turri, José Carlos Buzinaro e Antônio Rodrigues Filho.

TURISMO
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Bertioga é um dos 15 município paulistas considerados estâncias balneárias pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual.

O município, que já teve grande importância no desenvolvimento do País, tem em seu complexo turístico a exuberante Mata Atlântica, praias e um patrimônio construído em quase 500 anos de história.
A Aldeia Guarani Rio Silveira, o Forte São João e a Vila de Itatinga são alguns dos testemunhos de maior relevância histórica na região.
Também conhecida como a porta de entrada do litoral norte, Bertioga vem explorando diversos segmentos do turismo, como o ecológico, de aventura, náutico, de acessibilidade, histórico-cultural, religioso entre outros.
Bertioga tem 33 quilômetros de praias próprias para o banho de mar, que oferecem momentos de lazer e a prática de vários esportes, já que possui excelente condições de balneabilidade. As praias se dividem em Enseada, São Lourenço, Itaguaré, Guaratuba e Boracéia.

FORTE SÃO JOÃO
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Fundado em 1547, às margens do Canal de Bertioga, é a fortaleza mais antigo e também mais vem conservada do Brasil.

O primeiro Fortim de São Tiago, na Barra da Bertioga, foi reconstruído ao final do século XVII, em alvenaria de pedra e cal, tendo as suas obras definitivas sido concluídas em 1710.
O desenho da sua planta apresentava o formato de um polígono retangular com guaritas e vértices.
O forte foi reformado, a partir de 1765, tendo reedificada a sua capela, sob a invocação de São João. Passou a ser denominado Forte São João da Bertioga.
Na área do entorno do Forte fica o Parque dos Tupiniquins, onde está localizada a única estátua do País do cacique Tupinambá, o Cunhambebe, que este ali em 22 de setembro de 1563 acompanhado do padre José de Anchieta, para selar a paz entre colonos e nativos.

VILA DE ITATINGA
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A Vila de Itatinga, onde funciona a Usina Hidrelétrica de Itatinga, que desde 1910 fornece energia para o Porto de Santos, é outro patrimônio de Bertioga.

A vila compõe-se de 70 casas construídas em original estilo britânico, posto médico, auditório, clube, padaria e da Capela de Nossa Senhora da Conceição.
A área é propriedade da Companhia Docas do Estado de São Paulo – Codesp), que criou a vila para abrigar os funcionários da usina hidrelétrica.



COLÔNIA DE FÉRIAS DO SESC
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Inaugurada em 1948, graças ao idealismo e à perseverança de Brasílio Machado Neto, a Colônia de Férias do Sesc desempenhou ao longo das últimas décadas, um papel preponderante no desenvolvimento da cidade.

A Colônia é realmente um oásis, pela pureza de sua ar sem poluição, pela beleza de seus jardins, e de seus bosques e por sua magnífica área de esportes e lazer, envolvendo recreação social e cultural e por suas acomodações modernas e confortáveis.



RIVIERA
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A Riviera é um bairro de Bertioga instalado por um empreendimento particular arrojado, organizado em três zonas: turística, residencial e mista. A implantação começou em 1979, com a abertura das primeiras ruas, a instalação da fábrica de guias e tubos de concreto, os trabalhos de abertura dos canais, a instalação do viveiro de mudas e os estudos para captação de água.





RELEVO E SOLO
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O município de Bertioga é detentor de diferentes unidades sedimentares, de vegetação remanescente e de solos formados por areia silte e argila, sedimentos depositados pelo mar e pelos rios, que são predominantes da Planície Litorânea do Estado de São Paulo. É também cortado por diversos canais sinuosos de água salobra, influenciados pela maré, colaborando para o desenvolvimento dos mangues.

O solo é arenoso, pobre em argila e matéria orgânica, e encontra-se praticamente todo ocupado pelo avanço da expansão urbana.
Basicamente, o município de Bertioga possui as seguintes formas de relevo: a escarpa da Serra do Mar e a Planície Litorânea ou Costeira, com alguns morros isolados: Itaguá, dá Volta, do Tatu, do Acaraú, dos Bichos, Sete Cuias, entre muitos outros.

CLIMA
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Por estar localizada entre a Serra do Mar e o Oceano Atlântico, a Baixada Santista não apresenta uniformidade em relação ao clima. Sofre a influência da massa de ar Tropical Atlântica, com características quente e úmida, e da massa de ar Polar Atlântica, fria e úmida. O confronto dessas duas massas de ar na estação do verão (janeiro a março), junto com os fatores topoclimáticos da Serra do Mar, produz grande instabilidade, traduzida em elevados índices pluviométricos: a pluviosidade anual fica entre 2.000 e 2.500 mm, transformando a região em uma das mais chuvosas do Brasil.

As precipitações mais baixas ocorrem durante os meses de julho a agosto, durante o inverno. A média anual de temperatura é de 22 ºC, com diferença média em torno de 7 ºC.


HIDROGRAFIA
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A hidrografia em Bertioga abrange os seguintes rios:

Rio Silveira: passa por uma reserva tupi-guarani, que tem uma área de mais de 948 hectares, localizada na divisa entre Bertioga e São Sebastião, com uma população aproximada de 500 indígenas.
Rio Itapanhaú: é responsável pelo abastecimento de Bertioga e tem sua nascente no município de Biritiba Mirim, desaguando no Canal de Bertioga, e drena uma área de 363 quilômetros quadrados , tendo como principais afluentes os rios Jaguareguava, da Praia e Itatinga.
Rio Bananal: afluente do Rio Itapanhaú, é estreito e selvagem, encravado na exuberante Mata Atlântica, muito utilizado em trilhas e canoagem.
Rio Jaguareguava: é um rio de águas cristalinas e rasas, cujo nome tem origem tupi-guarani, que significa: onde a onça bebe água; nasce na serra e percorre cerca de cinco quilômetros de Mata Atlântica.
Rio Itaguaré: Deságua diretamente no Oceano Atlântico e é formado pelo Rio Perequê Mirim, que nasce na encosta da Serra do Mar, e ainda pelos afluentes dos rios Vermelho e Cachoeirinha Grande que têm início em Biritiba Mirim.
Rio Sertãozinho: nasce em Biritiba Mirim, desce a Serra do Mar em belas quedas até encontrar o Rio Guacá, quando suas águas formam o Rio Itapanhaú, já em Bertioga; No alto da serra, um lugar curioso, o rio é represado por uma grande rocha e pelo subterrâneo a água passa e sai, mais abaixo, em forma de jatos.
Rio Itatinga: nasce na Serra do Mar e percorre 24 quilômetros antes de desaguar no Rio Itapanhaú. E é naquele ponto, já próximo ao Itapanhaú, que a Cia. Docas do Estado de São Paulo (Codesp) tem a usina que leva o seu nome, a qual teve uma importância econômica significativa, desde 1910, quando a sua queda-d’água, de 765 metros de altura, passou a ser aproveitada pela Usina Hidroelétrica da Vila de Itatinga, que até hoje ajuda a fornecer energia elétrica ao Porto de Santos.
Guaratuba: diferente dos demais rios de Bertioga, o Rio Guaratuba percorre uma orla plana, de areia clara e batida; tem sua nascente na Serra do Mar e o acesso a ele é controlado pela entrada de um condomínio. Deságua diretamente no Oceano Atlântico.

ACESSOS E MOBILIDADE
Antes do início das operações da Cia. Santense de navegação, no anos de 1930 – que passou a ligar Bertioga e Santos por meio de duas barcas diárias -, apenas as lanchas da Cia. Docas de Santos serviam de transporte público regular para a população de Bertioga. Na verdade, a atividade principal dessas lanchas era transportar trabalhadores, alimentos e materiais destinas à Usina de Itatinga.
Quando o empresário José Ermínio de Moraes, dona da Indústria Votorantim, comprou o Sítio Indaiá, localizado na ponta da Praia da Enseada, abriu-se um caminho por terra para o acesso ao Guarujá. A travessia do Canal de Bertioga era tão lenta que o empresário decidiu investir por conta própria na abertura dessa caminho rodoviário, que, muito precário no início, acabou se transformando anos depois, e somente após 20 anos foi incorporado pela juridição do Departamento de Estrada de Rodagem do Estado (DER), melhorando ainda mais com a implantação do serviço de balsas, que definitivamente ligou Bertioga ao Guarujá.
Até 1940, a interligação entre as praias de Bertioga era feita com precariedade. Com a inauguração do oleoduto da Petrobrás, que liga o Terminal Marítimo Almirante Barroso, em São Sebastião, com a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, esse distanciamento ficou mais reduzido, em razão dos postos de radiocomunicação para controle do oleoduto que a Petrobras mantém nesse trajeto, e que ainda hoje atendem a todas as emergências.
Na década de 1960 começam a surgir as primeiras linhas regulares de transporte coletivo. Em 1982 é inaugurada a Rodovia Mogi-Bertioga e em 1985 a Rodovia Rio-Santos, representando um novo marco no desenvolvimento de Bertioga.






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